
Os assírios viviam em terras que hoje fazem parte do norte do Iraque, cerca de mil anos antes de Cristo. Foram um povo guerreiro e na arte se dedicaram a glorificar seus reis e exércitos. O tipo de trabalho artístico mais característico era uma seqüência de painéis de pedra esculpidos com baixos-relevos representando cenas militares ou de caça. Este tipo de relevo narrativo, disposto em torno de salões governamentais ou pátios, é uma invenção assíria e constitui sua maior contribuição para o mundo da arte.
Eles esculpiam nas paredes dos palácios reais a história da constituição do seu Império, construído através de inúmeras guerras. Os relevos mostram os saques realizados nas cidades dominadas, as filas de deportados e cenas de soldados inimigos decapitados.

Os escribas assírios acompanhavam os exércitos nas expedições e anotavam como a batalha se passava. No retorno, os artistas se baseavam nos escritos e produziam os relevos, que eram supervisionados e orientados pelo rei e seus secretários. “As paredes internas dos palácios eram de alabrastro, uma pedra macia e clara, o que facilitava a confecção da iconografia. As cores utilizadas nas obras originavam-se de pigmentos naturais e de minerais da Mesopotâmia”, complementa a pesquisadora Kátia Pozzer.
“A necessidade de contar em imagens o que se passou é específico dos assírios. Para mostrar sua bravura, eles esculpiam suas vitórias nas paredes dos palácios, que eram frequentados pela elite da época, formada por embaixadores e outros reis” afirma a pesquisadora Kátia Pozzer. Os assírios eram considerados o povo mais cruel. Eles conquistaram toda a Mesopotâmia e Babilônia. Kátia conta que através dos relevos verificou-se como os assírios inovaram na tecnologia: “os carros de guerra, por exemplo, tinham seis raios, o que os deixavam mais leves e velozes, e os tornavam vencedores de muitas guerras”.

Os reis assírios inovaram na representação de suas imagens quando passaram a associar símbolos religiosos e devoção aos deuses nos relevos e na estatutária deste período. Segundo a pesquisadora, fica evidente a relação entre guerra e religião: “toda conquista tinha uma justificativa religiosa. Os assírios assimilavam a guerra a uma luta contra as forças do mal. Para eles, o rei assírio era instrumento da justiça divina, sendo sempre bom e justo, enquanto o inimigo era mentiroso, mau e impuro”.
As esculturas de alívio descrevem as infinitas batalhas dos exércitos assírios; para o rei inevitavelmente, é mostrado triunfante em cima de todo o mundo que tinha ousado opor-se ao império poderoso.
Às vezes o rei é retratado num acentuando ritual de poderes religiosos dele, ou então ele aceita o tributo trazido pelas muitas pessoas do império. O rei poderia ser mostrado também como um caçador hábil que poderia despachar animais selvagens perigosos como leões e touros tão facilmente quanto ele pudesse conquistar os inimigos dele.

Uma série notável de esculturas foi descoberta no palácio de Rei Ashurbanipal (668-627 A.C) em Nínive. Este rei estava particularmente apaixonado por jogos esportivos, e os alívios magníficos mostram muitos aspectos de caças de leão como também caças de animais menos perigosos.
Os reis dos séculos IX e VIII empreenderam a construção de palácios suntuosos, cujos vestígios foram encontrados durante as escavações.Com Assurbanipal II, que converteu a cidade de Nimrud (antiga Calah da Bíblia) em capital militar. Dentro de seus muros, encontravam-se a cidadela e as principais construções reais, como o palácio do noroeste, decorado com esculturas em relevo. Sargão II, que reinou entre 722 e 705 a.C., criou uma cidade de planta nova, Dur Sharrukin (atual Jorsabad), que estava rodeada por uma muralha com sete portas, três delas decoradas com relevos e tijolos vitrificados. No interior, erguia-se o palácio de Sargão, um grande templo, as residências e os templos menores. Seu filho e sucessor, Senaqueribe, que reinou entre os anos de 705 e 681 a.C., reconstruiu a antiga Nínive, trazendo água das montanhas para dentro da cidade através de um elaborado sistema de canais, e criando uma rede de ruas e praças. Mudou a capital para Nínive, onde construiu seu próprio palácio, o qual denominou “palácio sem rival”. Os assírios adornaram seus palácios com magníficos relevos esculturais. As escavações comprovam que as construções eram grandiosas e fartamente adornadas com pinturas e esculturas.

Os reis assírios construíram inúmeros palácios de madeira e tijolos sobre alicerces de pedra, decorados com relevos, estátuas metálicas, pinturas e esmaltes coloridos na parede. Pátios, salas, escadarias, corredores e jardins grandiosos e cheios de entrançamentos. Nos prédios haviam abóbadas, cúpulas e portas arqueadas ladeadas por grandes colunas. O zigurate, característico dos babilônicos e sumérios também foi empregado por eles.
A arte em menor escala também foi grandiosa em sua qualidade, leões e touros alados nos portões dos palácios. Porém as esculturas em relevo no interior das paredes são consideradas as melhores criações artísticas desse povo. A representação humana não era tão articulada quanto a da natureza e dos animais, entre eles gazelas, leões, asnos, cavalos, cães e aves são o que bastam para colocar os assírios entre os maiores artistas do mundo.
Fontes: Templo de Apolo / História do Mundo / www.ulbra.br / Portal São Francisco / Wikipédia / Blog Opinião Socialista / Site Casa Construção & Arquitetura
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